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Piscicultura Ornamental

         A prática de criar peixe e outros organismos aquáticos como hobby, conhecido como aquarismo ou aquariofilia, vem crescendo ao longo dos últimos anos no mundo todo e também no Brasil. A popularização do aquarismo promove uma crescente demanda por produtos e animais ornamentais aquáticos. Dentre a grande diversidade de organismos aquáticos ornamentais (moluscos, crustáceos, peixes, corais e plantas), estima-se que os peixes representem o maior volume. No Brasil apenas entre o grupo de peixes marinhos provavelmente tenhamos mais de 1.300 espécies de interesse para o mercado de aquariofilia. (Sabino e Prado 2003).
             O Brasil é um importante exportador de peixes ornamentais, mas grande parte destes peixes provém do extrativismo (Panorama da Aquicultura, 2008). No país já existem empreendimentos de piscicultura ornamental, ou seja, existe o cultivo de peixes ornamentais em cativeiro, porém em sua grande maioria trabalha apenas com espécies de água doce. Assim, o mercado de peixes marinhos é abastecido quase que exclusivamente por animais capturados no ambiente, existindo apenas relatos do cultivo das espécies de peixes palhaços (Amphiprion  sp.) como representante das espécies marinhas (IBAMA, 2008).
            A reprodução em cativeiro do peixe palhaço é um grande exemplo de piscicultura ornamental marinha de sucesso. A facilidade de adaptação desta espécie ao cativeiro, somada ao aprimoramento das técnicas de cultivo, aumentaram o volume de produção desta espécie e fizeram com que a reprodução em cativeiro se tornasse mais atrativa que o extrativismo. Atualmente todos os peixes palhaço da espécie (Amphiprion ocellaris) oferecidos no mercado brasileiro de peixes ornamentais são produzidos em cativeiro (Panorama da Aquicultura, 2010). No entanto, os conhecimentos sobre a tecnologia de reprodução de peixes marinhos ainda são pequenos, e geralmente os animais são produzidos de forma empírica, sem padronização e adequado controle de qualidade. Muitas vezes os peixes estão sujeitos a manejos e estruturas inadequadas que inviabilizam o seu cultivo comercial. O pequeno número de pesquisas sobre a biologia e a reprodução das espécies marinhas brasileiras com potencial para a aquicultura ornamental também restringe o desenvolvimento da piscicultura ornamental marinha. Pesquisas como as realizadas atualmente com os peixes marinhos da espécie Gramma brasiliensis e Elacatinus fígaro, as quais se encontram na lista das principais espécies de peixes ornamentais proibidos de qualquer explotação para fins ornamentais e de aquariofilia no Brasil, podem fortalecer o mercado da aquicultura ornamental marinha.
        A produção de peixes em cativeiro, além de contribuir com a sobrevivência dos animais do ambiente, diminuindo os riscos de extinção das espécies devido à pesca predatória, também possibilita ofertar aos aquaristas variedades mais adaptadas às condições dos aquários, devido ao cultivo e reprodução em cativeiro. Mas ainda há uma grande necessidade de pesquisas para identificação de protocolos de reprodução e seleção de muitas espécies com potencial de inserção no aquarismo marinho.
      Cada vez mais os avanços tecnológicos estão possibilitando a diminuição dos custos de produção de peixes em cativeiro, além de possibilitar maiores facilidades para a montagem e manutenção de um aquário marinho (Panorama da Aquicultura, 2008). A crescente demanda mundial por peixes ornamentais e o aumento das restrições à captura de espécies marinhas no Brasil, somados ao alto valor destes peixes no mercado, tanto nacional quanto internacional, criam um ambiente propício para a piscicultura ornamental marinha.

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